Em artigo de opinião para o Diálogo Chino, assinado pelos pesquisadores da CIPÓ Flávia do Amaral Vieira e João Ricardo Cumaru Silva Alves, e pela Diretora Executiva Adriana Abdenur, os autores comentam pesquisa feita pela Plataforma CIPÓ que analisa os dados de desmatamentos em 219 municípios da Amazônia Legal, no período de 2020 a 2022.
No ranking, o estado do Mato Grosso foi líder, com 9 dos 20 municípios com maior aumento de desmatamento.
A pesquisa observou a ligação da evolução das produções com o aumento do desmatamento, desde a extração de madeira, à pecuária e cultivo de soja, sendo a segunda a principal responsável por esse desmatamento na área, seguida pelo cultivo da soja para exportação, da qual 80% vai para a China, destacando-se aí a participação do gigante asiático no processo.
Não são descartadas outras formas de desmatamento, como na alimentação de mercado interno e infraestrutura de transportes.
Em meio a este cenário, tem-se também o agravante das tentativas do agronegócio de enfraquecer as políticas de proteção ambiental
Sendo a China o principal país comprador de produtos agrícolas brasileiros, o país é essencial na cooperação internacional para a diminuir os crimes ambientais na Amazônia.
A cooperação internacional é, portanto, imprescindível para que o desenvolvimento econômico do Brasil seja mais transparente e responsável.
Essas medidas devem ser tomadas a fim de combater o crime ambiental e proteger a soberania alimentar e o comércio justo.
Outro caminho para promover um modelo de desenvolvimento mais sustentável e justo climaticamente é a negociação de uma declaração política bilateral com a China, assim, o desmatamento e os crimes ambientais poderiam ser diminuídos ou até cessados.