A pesquisadora Vitória Gonzalez representou a Plataforma CIPÓ nesta terça-feira (03/10) na Rio Innovation Week. Ela compôs a mesa “G20: uma Plataforma de Inovação da Governança Global?”, no Palco da Ciência.
Também participaram das discussões Marianna Albuquerque, professora do Instituto de Relações e Defesa (IRID) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Lucas Padilha, presidente do Comitê Rio G20 e coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio. A moderação foi de Vinicius Franco, chefe de Gabinete da Secretaria de Ciência e Tecnologia da Cidade do Rio.
O Grupo dos Vinte (G20) reúne as maiores economias do mundo, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Ele é composto por 19 países, pela União Europeia e, recentemente, passou a ser integrado também pela União Africana. Em dezembro, o Brasil assumirá a presidência rotativa do G20.
Segundo Gonzalez, a mesa ressaltou a importância deste momento não só para a diplomacia brasileira, mas para a sociedade. O país também está na presidência do Conselho de Segurança da ONU durante outubro de 2023 e do Mercado Comum do Sul (Mercosul) desde julho deste ano. Além disso, vai assumir, em 2025, a presidência do BRICS.
“A COP30, por sua vez, também será realizada no Brasil, em 2025 – o que é um marco importante, dez anos após o Acordo de Paris”, destacou. “É primordial que movimentos sociais, sociedade civil, setor privado, academia, diferentes poderes e diversos entes do Estado (como os municípios) possam participar de forma mais ativa, pautando agendas, temas e discussões no âmbito do G20”.
O escopo geral da presidência brasileira foi dado com a divulgação das suas três prioridades: inclusão social e combate à fome e à desigualdade; transição energética e desenvolvimento sustentável; e reforma das instituições de governança global. “Dentro disso, é importante que a sociedade brasileira possa identificar formas de incidir sobre a agenda de trabalho do G20”, completou a pesquisadora da CIPÓ.
Albuquerque, da UFRJ, pautou o tema da inovação do G20 também em termos de sua estrutura, com destaque para os grupos de engajamento, que são grupos setoriais que fazem parte do G20, para além de suas trilhas financeira e política (Finance Track e Sherpa Track). Os grupos de engajamento fornecem recomendações e perspectivas para as discussões e os processos de tomada de decisão do G20.
No escopo da Rio Innovation Week, a professora destacou o B20 (empresas), o S20 (ciência), o T20 (think tanks), o C20 (sociedade civil), o U20 (cidades) e o Startup20.
Padilha ressaltou a importância do Rio de Janeiro para o processo do G20, já que a Cúpula do grupo, em novembro de 2024, será realizada na capital fluminense. “Além disso, a prefeitura está trabalhando para receber outras reuniões importantes ao longo do ano, buscando atuar para além de mera organização logística, mas no fomento de debates e discussões que fortaleçam a posição do Brasil no mundo e a agenda das cidades”, contou.
A mesa destacou como o Brasil tem em mãos uma oportunidade única de mobilizar interesses e pautas do Sul Global, buscando a construção de consensos por um desenvolvimento ambientalmente sustentável e socialmente justo.
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A Plataforma CIPÓ tem interesse direto no tema. No dia 30 de outubro, a organização realiza, em parceria com a Gestos, a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o evento “G20: estrutura e oportunidades para participação da sociedade civil brasileira”.
O encontro tem o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Os debates ocorrem das 9h às 12h30 (horário de Brasília), em formato híbrido: no Galpão da Cidadania, no Rio de Janeiro, e pelo canal da CIPÓ no YouTube. As inscrições para participação presencial e online podem ser feitas pelo formulário abaixo:
