A Plataforma CIPÓ foi uma das organizações que endossaram a carta aberta recentemente entregue à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, pedindo por uma regulação ambiental mais rigorosa para o setor financeiro brasileiro.
O documento, assinado por 11 entidades comprometidas com a sustentabilidade, como Instituto Ethos, Conecta Direitos Humanos e Greenpeace, propõe que a liberação de créditos, investimentos e seguros seja condicionada ao cumprimento de critérios ambientais, evitando que recursos sejam direcionados a projetos que contribuam para o desmatamento ilegal e a violação de direitos humanos.
Reportagem da Veja destacou que, segundo Luciane Moessa, diretora executiva e técnica da Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), embora os reguladores financeiros brasileiros já estejam incorporando questões ambientais em suas normas, essas medidas ainda são aplicadas de maneira heterogênea, o que cria brechas para atividades não sustentáveis.
Além disso, o grupo sugere a criação de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) sobre a transparência de dados ambientais, acessíveis ao setor financeiro e outras partes interessadas.
A carta também aponta lacunas em setores onde já existem critérios ambientais, como o crédito rural, onde produtores que desmataram ilegalmente ainda podem acessar recursos se suas propriedades não estiverem embargadas pelo órgão ambiental.
Foto: Evaristo Sa/AFP