O Global South Policy Dialogue 2024 – “Promoting Climate Action and Tackling Inequalities: the role of the G20” reuniu mais de 80 representantes de governos, parlamentos, sociedade civil, think tanks e academia dos países do G20 para discutir soluções às crises climática e de desigualdade global. O relatório do encontro, realizado em outubro de 2024 no Rio de Janeiro, apresenta uma série de recomendações estratégicas para fortalecer a ação climática e promover a justiça socioeconômica no Sul Global.
Entre as principais propostas está a reforma das instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, para garantir financiamento acessível e inclusivo à transição ecológica. O documento também defende a reestruturação das dívidas dos países vulneráveis, reconhecendo investimentos em adaptação climática e resiliência social como ativos positivos.
Outra ênfase do relatório recai sobre a necessidade de planos nacionais de transição alinhados ao Acordo de Paris, adaptados aos contextos locais e com participação ativa de comunidades marginalizadas. O incentivo à industrialização verde no Sul Global é apontado como estratégico para reduzir a dependência de tecnologias importadas e gerar empregos sustentáveis.
O diálogo também propôs a criação de cadeias produtivas regionais sustentáveis, a promoção de regras de comércio internacional mais justas e a integração da biodiversidade nas políticas climáticas. O fortalecimento da cooperação entre parlamentos regionais, sobretudo entre Sul e Norte Global, foi destacado como essencial para alinhar legislações e ampliar a ambição climática.
Por fim, os e as participantes recomendaram a criação de um mecanismo central de coordenação da governança financeira climática, com envolvimento significativo da sociedade civil, e uma reforma do sistema tributário internacional que permita aos países em desenvolvimento combater a evasão fiscal e mobilizar recursos para uma transição justa e sustentável.
As propostas do Global South Policy Dialogue visam impulsionar o papel do G20 como motor de uma nova governança global, mais democrática, verde e inclusiva.