A CIPÓ se une aos esforços da Rede Brasileira de Estudos da China (RBChina) na tentativa de adensar a parceria estratégica sino-brasileira, sobretudo com o advento do novo governo, de Luiz Inácio Lula da Silva.
Criada em 2018, a RBChina tem por objetivo aprofundar e sistematizar a discussão e a produção de conhecimento sobre o país asiático e o seu relacionamento com o Brasil e outros foros internacionais. A RBChina conta com a contribuição de aproximadamente 400 profissionais das mais variadas áreas.
Seu VI Encontro Nacional está previsto para ocorrer nos dias 24, 25 e 26 de outubro deste ano, na UFABC, em São Bernardo do Campo (SP).
Considerando os desafios impostos pela conjuntura internacional, os membros da RBChina julgam importante compartilhar sua visão para as relações Brasil-China e o papel destes países no mundo. E, por ocasião da visita do presidente Lula à China, em março de 2023, a rede elaborou uma carta. A CIPÓ é uma das signatárias.
Veja alguns pontos destacados:
A parceria estratégica com a China potencializa o esforço de reconstrução e transformação do Brasil. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2022, o superávit comercial com o país asiático alcançou o recorde de US$ 61,8 bilhões. Soma-se a isso o peso da China como importante investidor nas mais diversas indústrias do Brasil, com um estoque de mais de US$ 70 bilhões.
Todavia, a relação entre Brasil e China foi marcada por forte animosidade no quadriênio 2019/2022. Apesar de ter avançado em números, pouco foi feito para cultivar e aprofundar uma parceria de amplo escopo entre os dois países, que possuem imenso potencial de cooperação nos campos educacional, científico, ambiental, tecnológico, cultural, político e econômico.
É preciso recuperar o tempo perdido. Mais do que normalizar as relações sino-brasileiras, o governo brasileiro deve ver a China como um parceiro para potencializar políticas estruturantes da transição do Brasil para uma economia sustentável e posicionar o país frente às grandes transformações dos espaços de decisão globais.
Exemplo disso é a contribuição que a China pode dar para o esforço de reindustrialização com sustentabilidade do Brasil – via transferência e desenvolvimento conjunto de tecnologias e de investimentos em setores capazes de aumentar a complexidade econômica, gerar novos empregos, reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa – e integrar o Brasil a novas cadeias globais de valor.
A CIPÓ está atenta ao debate e vem colaborando com propostas que visam a fortalecer o relacionamento bilateral em bases mais sustentáveis.
No dia 21 de fevereiro de 2023, a Folha de S.Paulo publicou artigo de autoria da diretora-executiva, Maiara Folly, e do pesquisador João Cumarú. O texto está disponível aqui.