Para avaliar o envolvimento da sociedade civil nos fóruns decisórios da ONU sobre mudanças climáticas, a Together First e a Plataforma CIPÓ elaboraram um relatório que destaca a contribuição positiva das Organizações da Sociedade Civil (OSC) para a ação climática, tanto formalmente por meio dos canais da ONU quanto informalmente por meio de campanhas e movimentos transnacionais. No entanto, o relatório observa o enorme potencial inexplorado para uma colaboração mais profunda entre a ONU e a sociedade civil, que deve tonar-se mais prioritário para que comunidade internacional consiga enfrentar as crises relacionadas às mudanças climáticas e à perda de biodiversidade ao redor do mundo.
Neste relatório, Adriana Erthal Abdenur e Nayifa Nihad, da Plataforma CIPÓ, baseiam-se na análise de documentos oficiais e entrevistas com partes interessadas, especialmente ativistas climáticos de organizações do Sul Global, para identificar barreiras à participação efetiva da sociedade civil nos nos processos climáticos da ONU, além de formular recomendações para fazer frente a tais obstáculos.
Os desafios documentadas no relatório incluem: barreiras financeiras, burocráticas, informativas, de idioma, de acessibilidade e de conexão digital, bem como restrições relacionadas a vistos de viagem e as imposições impostas pela pandemia COVID19 – fatores que reduzem a capacidade da sociedade civil de obter credenciamento e participar plenamente das discussões climáticas no âmbito da ONU.
O relatório, lançado no dia 4 de novembro na COP26 (Glasgow), também expressa preocupação com relação a tentativa de Estados membros de vetar a participação de OSCs em eventos climáticos como as COPs, reflexo de um contexto global marcado pelo fechamento do espaço cívico e por represálias a ativistas ambientais e climáticos.