No dia 7 de outubro, representantes da Plataforma CIPÓ, do Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas (OIMC) e do LABMUNDO participaram da mesa “Emergência climática e política externa brasileira em debate”, que abordou caminhos para uma política externa socialmente responsável e justa. O evento destacou a importância do envolvimento e engajamento da sociedade civil nas discussões, além de ressaltar o papel essencial do diálogo e da parceria entre think tanks, sociedade civil e universidades públicas.
Durante a mesa, foram lançados dois livros de grande relevância para o debate ambiental e político: Política externa brasileira e clima: caminhos para um brasil ambientalmente responsável e socialmente justo (CIPÓ e FUNAG, 2024), organizado por Maiara Folly, Marília Closs e Vitória Gonzalez, e Política Externa, Lideranças Autoritárias e Ultraconservadorismo (Appris Editora, 2024), organizado pelo professor Carlos R. S. Milani e Rubens de S. Duarte (IMM-ECEME).
Vitória Gonzalez, coordenadora de projetos da Plataforma CIPÓ e coorganizadora da obra, destacou três objetivos centrais da publicação, lançada novamente no evento (após um primeiro lançamento em julho deste ano): o primeiro foi a compreensão da emergência climática como um tema urgente que exige ação coordenada entre estados e agências multilaterais para enfrentar suas causas e impactos. O segundo ponto foi a análise do momento atual do governo brasileiro, pós-governo Bolsonaro, que trouxe retrocessos em políticas ambientais, e o retorno do protagonismo internacional do Brasil, que agora lidera o G20, o BRICS e a COP30.
“É um momento de protagonismo importante, e na Plataforma CIPÓ temos como objetivo pautar o clima de forma progressista nesses diferentes fóruns. Com as negociações paralisadas em vários âmbitos, tentamos alavancar o papel do Brasil como ponte entre o Norte e o Sul Global”, pontuou Gonzalez.
Marília Closs, também coordenadora de projetos da CIPÓ e coorganizadora do livro, refletiu sobre a abordagem da obra: “O que a gente quis foi entender o clima como uma agenda muito transversal. É quase intuitivo colocar a agenda de clima junto a uma agenda de meio ambiente e isolá-la de outros elementos e de outros tipos de política pública. O clima está intimamente conectado com desenvolvimento social, com inclusão social, com política social. Então a gente tentou o tempo todo trazer esses componentes muito combinados neste livro.”
O evento contou ainda com contribuições e questões relevantes trazidas pelos alunos e participantes, enriquecendo o debate e promovendo reflexões fundamentais sobre o futuro da política climática e externa do Brasil.