A Plataforma CIPÓ, o Ministério das Mulheres, o Club de Madrid e a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, coordenada pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), reuniram na última terça-feira (13/11), no Palácio do Planalto, em Brasília, diversas autoridades para debater a igualdade de gênero na América Latina e no Caribe.
O evento “Mulheres no Poder”, articulado pela deputada federal Jack Rocha (PT-ES), teve como convidada de honra a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, e a presença ilustre de ex-chefes de Estado, incluindo Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile.
Compuseram a mesa e a plateia, ainda, as ministras de Estado Cida Gonçalves, das Mulheres, e Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a ex-presidenta da Costa Rica Laura Chinchilla, a ex-primeira-ministra do Senegal Aminata Touré, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, Allyson Maynard-Gibson, Conselheira do Club de Madrid, a ministra Edilene Lôbo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), embaixadoras e representantes do governo e de organizações da sociedade civil.
“A gente quer igualdade de gênero agora, e não daqui a 300 anos, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e as estatísticas mostram que demoraríamos para alcançar no atual ritmo”, afirmou a diretora-executiva da CIPÓ, Maiara Folly, primeira a discursar no evento. Ela reforçou que as mulheres em espaços de poder enfrentam barreiras que os homens não enfrentam.
Primeira senadora negra do país e primeira governadora negra do Rio de Janeiro, Benedita reforçou que a participação da mulher na política é fundamental para atingirmos esses objetivos. “Lutar por mais mulheres no parlamento não é só justiça numérica. É um passo essencial para construir uma sociedade mais igualitária”.
Janja afirmou que, no lugar que hoje ocupa, o machismo e a misoginia a atacam de muitas formas. “Sou uma mulher que sempre esteve envolvida com questões políticas e sociais, sou vocal sobre essas questões tanto em casa quanto em minhas atividades”, disse. “Minha voz pode ampliar e reverberar muitas outras vozes e mensagens”.
Para Michelle Bachelet, que foi também Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, é necessário que as mulheres façam parte das tomadas de decisão. “Nós não precisamos empoderar as mulheres. As mulheres são suficientemente poderosas. O que nós precisamos é incluí-las e, em alguns casos, talvez apoiá-las, apoiar a liderança delas”.
A ministra Cida Gonçalves defendeu a meta de ao menos uma mulher na política por município.“O desafio colocado para nós, no Brasil, é eleger, no mínimo, uma vereadora em cada município no Brasil. Precisamos mudar o discurso: não queremos cota de 30%. Não queremos laranjas”.
O objetivo do encontro foi traçar estratégias para a implementação do quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, referente à igualdade de gênero e ao empoderamento de mulheres e meninas. Ao todo, as Nações Unidas possuem 17 ODS a serem cumpridos até 2030.