Ao lado de mais de 35 organizações, entre elas os Institutos Talanoa, Clima de Eleição, Decodifica e Geledés – Instituto da Mulher Negra, a Plataforma CIPÓ endossou a Carta do Rio, convocando os governos da América Latina e do Caribe a colocarem a adaptação climática no centro das negociações internacionais. Elaborado entre os dias 29 e 31 de outubro de 2024, no Rio, o documento veio a público nesta semana, durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão.
A carta enfatiza a urgência de enfrentar as crescentes ameaças do aquecimento global e as desigualdades sociais, raciais e de gênero, com especial atenção às populações mais vulneráveis, como crianças, povos indígenas e afrodescendentes.
As signatárias propõem ações concretas, como a criação de metas claras e separadas para adaptação e perdas e danos (L&D), com financiamento adequado e acessível aos países em desenvolvimento. As organizações também demandam metodologias transparentes para garantir que os recursos sejam direcionados às necessidades das comunidades mais impactadas pelas mudanças climáticas.
Nesta terça-feira (12/11), em Baku, as diretoras da Plataforma CIPÓ Maiara Folly e Mariana Rondon participaram de duas reuniões, com as ministras Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, e Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com o objetivo justamente de discutir a implementação das demandas contidas na carta. A colaboração entre as organizações da sociedade civil e os governos é vista como essencial para garantir um futuro mais resiliente e justo para as comunidades da América Latina e do Caribe.
O documento reforça, ainda, a necessidade de um financiamento climático robusto e transparente, com ênfase na adaptação e nas perdas e danos, e chama a atenção para a importância de que esses recursos cheguem diretamente às comunidades locais, superando as barreiras burocráticas e financeiras.
A Carta do Rio reflete um compromisso com a justiça climática e com a construção de soluções que integrem questões de raça, gênero, idade e os meios necessários para garantir a implementação dessas ações. As organizações signatárias afirmam que a COP29 deve ser um marco de avanço para a região, onde compromissos concretos se traduzam em ações práticas rumo à COP30, em Belém.