A ONU foi fundada com base na ideia de que, se os Estados se unissem, outra guerra catastrófica da escala da Segunda Guerra Mundial poderia ser evitada. Desde então, a natureza e a percepção dos riscos globais mudaram drasticamente. Terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis ainda ocorrem, mas a gama de perigos que são impulsionados, pelo menos em parte, pela ação humana – os chamados riscos antropocênicos – se ampliou. Diante disso, a distinção entre os riscos provocados por causas naturais e aqueles induzidos pela ação humana está sendo repensada, e talvez totalmente abandonada, à luz do Antropoceno.
As questões que guiam o artigo são:
- Com quais riscos o sistema da ONU lidou no passado, e como essas experiências com catástrofes moldaram a atual abordagem da ONU?
- Até que ponto o sistema da ONU é “adequado para o propósito” (fit for purpose) em antecipar, monitorar, comunicar e responder aos riscos emergentes do Antropoceno?
- Quais são as principais lacunas de conhecimento em relação à governança global e aos riscos catastróficos globais, especialmente no que se refere ao papel da ONU?