Indicação antecipada da Bolívia para liderança da ONU é tema de artigo na PassBlue

Gabriela Keseberg Dávalos, da Southern Voice, e Ben Donaldson, da United Nations Association (UNA-UK), ambos integrantes do comitê da campanha global 1 for 8 Billion, assinam um artigo de opinião na PassBlue, veículo especializado na cobertura independente das Nações Unidas. O texto também foi publicado em espanhol pela Brújula Noticias, da Bolívia.

No artigo, os autores discutem a decisão do governo boliviano de anunciar, de forma antecipada, a candidatura do vice-presidente David Choquehuanca ao cargo de secretário-geral da ONU, que é ocupado por António Guterres até dezembro de 2026. A nomeação foi enviada pela missão permanente da Bolívia em Nova Iorqur a todos os Estados-membros da ONU, antes mesmo do início oficial do processo seletivo — o que, segundo os autores, contraria as regras acordadas pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança para garantir mais transparência e legitimidade à escolha.

Apesar das críticas ao momento e à forma do anúncio, Keseberg Dávalos e Donaldson reconhecem o aspecto inovador da articulação entre governo e sociedade civil — representada pelo Pacto de Unidade, aliança que reúne organizações indígenas e movimentos sociais bolivianos — para propor uma candidatura. Essa prática, segundo eles, está alinhada com resoluções recentes da ONU que incentivam a participação de atores não estatais no processo de seleção.

O artigo também retoma as propostas da campanha 1 for 8 Billion por uma escolha mais aberta e inclusiva, com critérios como apresentação de planos de trabalho, audiências públicas com os candidatos e divulgação de informações financeiras.

Os autores destacam ainda a contradição da candidatura de Choquehuanca com a recente Declaração de Tegucigalpa, assinada por países da CELAC — incluindo a Bolívia — em apoio à indicação de uma mulher latino-americana ao posto, algo inédito na história da ONU.

A movimentação boliviana, segundo os autores, é um alerta para a necessidade de regras mais claras e mecanismos de responsabilização no processo de escolha da liderança máxima das Nações Unidas, diante de desafios globais cada vez mais complexos.

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