O fortalecimento da coesão social e da confiança nas instituições é decisivo para que o Brasil consiga enfrentar a crise climática, reduzir desigualdades e promover desenvolvimento sustentável. Essa é a principal conclusão do relatório “Earth4All: Brasil – Cinco transformações rumo ao bem-estar para todos e dentro dos limites planetários”, lançado em novembro de 2025.
A Plataforma CIPÓ integrou o processo de elaboração do documento, por meio da participação de sua diretora-executiva e cofundadora, Maiara Folly, como membro da Comissão de Economia Transformativa e Ciência Planetária (CET) do Earth4All Brasil. A comissão reúne especialistas que contribuíram com análises, consultas e orientações estratégicas para adaptar o estudo ao contexto brasileiro.
O estudo identifica cinco grandes transformações estruturais – combate à pobreza, redução das desigualdades, empoderamento social, sistemas alimentares sustentáveis e transição energética – como determinantes para que o Brasil avance rumo ao bem-estar da população dentro dos limites planetários.
Segundo o relatório, políticas fragmentadas e incrementais tendem a aprofundar riscos ambientais, custos econômicos e tensões sociais, enquanto ações ambiciosas e coordenadas podem gerar ganhos simultâneos para o clima, a economia e a justiça social.
Entre os cenários analisados, o mais promissor é o chamado “Grande Salto”, que combina políticas nacionais e globais robustas. Nesse caminho, o Brasil poderia alcançar rápida descarbonização, redução expressiva da desigualdade, erradicação da pobreza antes de 2040 e maior resiliência diante de choques climáticos.
Em contraste, o cenário “Muito Pouco, Tarde Demais” aponta para aumento das tensões sociais, maior vulnerabilidade climática e riscos crescentes para o desenvolvimento do país.
O relatório também destaca que a sociedade brasileira demonstra forte apoio a mudanças estruturais. Pesquisas de opinião indicam ampla preocupação com o estado da natureza, reconhecimento da gravidade da crise climática e demanda por reformas profundas nos sistemas econômico e político. Ao mesmo tempo, a baixa confiança nas instituições aparece como um dos principais obstáculos à implementação de políticas públicas de longo prazo.
