A Plataforma CIPÓ participou nesta terça-feira (2/9) do evento internacional “COP30 Conversations: The alchemy of solidarity – Actions, solutions, and partnerships from the whole of society”, realizado em Nova Délhi, na Índia, e organizado pelo think tank indiano Council on Energy, Environment and Water (CEEW), em parceria com a Embaixada do Brasil em Nova Délhi.
A atividade contou com o apoio da CIPÓ, do Banco Mundial, da Coalition of Disaster Resilient Infrastructure (CDRI), da India Climate & Collaborative e da Jindal Global University. O encontro reuniu especialistas, diplomatas, representantes de governos e organizações da sociedade civil para discutir soluções e parcerias rumo à COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém do Pará.
A CIPÓ esteve representada por sua diretora de programas, Mariana Rondon, que foi uma das painelistas da sessão “Strengthening Climate Adaptation through Resilient Infrastructure”. O debate abordou como investimentos em infraestrutura resiliente são fundamentais para reduzir riscos de desastres, proteger vidas e garantir desenvolvimento sustentável, em linha com os seis eixos temáticos da Agenda de Ação da COP30.
Em sua intervenção, Rondon destacou os desafios e avanços recentes do Brasil na agenda de adaptação e resiliência, lembrando tragédias recentes, como as chuvas em Petrópolis (RJ), em 2022, e as enchentes de 2023 no Rio Grande do Sul. Segundo ela, esses episódios “trouxeram uma compreensão mais clara da necessidade de fortalecer a coordenação entre governo federal, estados e municípios para ampliar investimentos e melhorar a gestão de riscos de desastres”.
Rondon também apresentou exemplos de boas práticas em nível subnacional, como o programa do Estado do Rio de Janeiro em parceria com o UN-Habitat, que está desenvolvendo 34 Planos Municipais de Ação Climática de forma participativa com comunidades locais. No plano nacional, destacou os instrumentos de governança climática — o Plano Clima, o Plano Nacional de Adaptação (PNA) e o Plano de Transformação Ecológica (PTE) — que, juntos, estruturam a NDC 3.0 do Brasil e reforçam a centralidade da adaptação.
Além disso, a diretora ressaltou a importância de iniciativas da sociedade civil: “Da parte da sociedade civil e dos think tanks, a Plataforma CIPÓ, em parceria com o iCS (Instituto Clima e Sociedade) e o Centro Brasil no Clima, está desenvolvendo um Banco de Soluções para governos estaduais brasileiros. A ser lançado na COP30, ele dará visibilidade a políticas climáticas subnacionais e promoverá a troca de boas práticas, contribuindo para acelerar a ação climática”.
Em suas palavras finais, Rondon sublinhou o espírito coletivo necessário para enfrentar a crise climática: “Se tivesse que escolher uma prioridade para levarmos à COP30, seria ampliar a ação coletiva em adaptação. No Brasil usamos a palavra mutirão, de origem indígena, que significa esforço conjunto, no qual todos contribuem para um objetivo comum. A COP30 precisa ser um verdadeiro mutirão global pela resiliência e por um futuro mais seguro para todos”.
Foto: CEEW