Reportagem de hoje (24/9) da Folha de S.Paulo destaca que somente 35% dos dirigentes dos principais órgãos da ONU são pessoas não brancas. Os dados são do policy brief “Uncovering Blind Spots: Racial Equality and Representation in the UN System”, lançado pela Plataforma CIPÓ e pela Blue Smoke. Desde 2007, quando Ban Ki-moon assumiu a secretaria-geral das Nações Unidas, os comissariados registraram 31 lideranças. Destas, 20 são pessoas brancas: 14 homens e 6 mulheres.
A Folha entrevistou Maiara Folly, diretora-executiva da CIPÓ, e Nycolas Candido, pesquisador e, assim como ela, um dos autores do estudo. Vitória Gonzalez, Júlia Hara Medeiros e Nayifa Nihad também assinam a publicação, que foi supervisionada por Beatriz Mattos e contou com a colaboração dos outros coeditores da Blue Smoke: Fred Carver, Ben Donaldson e Enyseh Teimory
Folly afirma que o policy brief fornece um alerta importante para todo o sistema ONU, já que o viés da diversidade é essencial para o trabalho. Segundo ela, “para que o multilateralismo e as Nações Unidas consigam ser eficazes em cumprir a missão de estabelecer um mundo mais igual, sustentável e pacífico, o sistema também precisa ser mais diverso e representativo acerca da diversidade mundial”.
Candido diz que o levantamento levou em consideração as “origens culturais e geográficas” das lideranças da organização. A partir da análise obtida, os pesquisadores notaram que as principais posições não foram ocupadas por profissionais de origem latina, indígena ou do Sudeste Asiático em nenhum mandato. Os representantes da CIPÓ estão em Nova Iorque, acompanhando as discussões da Cúpula do Futuro e a Assembleia Geral da ONU.