CIPÓ é destaque em matéria da Folha sobre atuação da China na COP30

A atuação da China na COP30, realizada em Belém, ganhou destaque em reportagem da Folha de S.Paulo, que ouviu especialistas e negociadores sobre o papel do país asiático em um cenário marcado pela ausência dos Estados Unidos após o boicote promovido pelo governo Donald Trump. A Plataforma CIPÓ foi uma das fontes consultadas, com análises fornecidas por sua diretora-executiva, Maiara Folly, que ajudaram a contextualizar a estratégia chinesa no tabuleiro climático global.

Segundo a matéria, a China adotou uma postura cautelosa e conciliadora durante as negociações, reforçando seu compromisso histórico com o multilateralismo e evitando confrontos diretos em temas sensíveis, como o fim dos combustíveis fósseis. Na avaliação de Folly, essa abordagem está alinhada à tradição diplomática do país e a seus interesses econômicos.

“A China tem uma tradição diplomática no regime climático bastante consistente ao longo das décadas, e dificilmente muda de posicionamento com relação a temas conjunturais. Um tema que ganhou muito peso na diplomacia chinesa e nessa COP são medidas unilaterais de comércio, e a China sempre se opôs a isso”, afirmou Folly ao jornal.

A reportagem destaca ainda que a pressão da Europa por mecanismos de ajuste de carbono nas fronteiras tem sido um ponto de tensão crescente. Para Folly, a China busca trazer essas discussões ao âmbito das COPs para evitar que tais medidas permaneçam restritas a acordos bilaterais ou blocos regionais.

Ela também analisou o impacto da ausência norte-americana nas negociações, ressaltando que isso altera o equilíbrio político e gera novos desafios para a governança climática global. “Hoje a China entende que, se não houver consenso na COP30, é uma vitória para aqueles que desejam que o regime climático se imploda”, disse Folly.

A posição da União Europeia nas negociações de financiamento climático também foi tema de destaque. Folly apontou que, sem os Estados Unidos na mesa, o bloco europeu tem assumido papel central em entraves relacionados à ampliação das metas de financiamento internacional. “Hoje, com a ausência dos Estados Unidos, o bloco europeu tem sido o principal entrave do ponto de vista da ambição por compromissos mais ambiciosos na área do financiamento”, avaliou.

A matéria ressalta que a China, embora seja a segunda maior economia do mundo, segue categorizada pela ONU como país em desenvolvimento — um status que influencia sua atuação e seus interesses nas negociações sobre financiamento climático, área em que historicamente pressiona países ricos por maiores compromissos.

Plataforma CIPÓ
Plataforma CIPÓhttp://plataformacipo.org/
A Plataforma CIPÓ é um instituto de pesquisa independente liderado por mulheres e dedicado a questões de clima, governança e paz na América Latina e no Caribe e no resto do Sul Global.

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