A Plataforma CIPÓ é uma das organizações apoiadoras do estudo “A Petrobras de que precisamos – construindo uma potência ambiental”, lançado recentemente pelo Observatório do Clima (OC). A publicação integra a série “Futuro da Energia” e apresenta uma proposta de como a Petrobras pode deixar de ser uma empresa centrada em petróleo para se tornar uma empresa de energia, alinhada aos objetivos climáticos do Brasil e do Acordo de Paris.
Coordenadora de Pesquisa da CIPÓ, Beatriz Mattos representou a organização no evento de lançamento, no Rio de Janeiro, que reuniu integrantes do OC, organizações da sociedade civil, financiadores – entre eles o Instituto Clima e Sociedade (iCS) e o Energy Transition Fund (ETF) –, representantes de sindicatos petroleiros e da academia. Segundo ela, o debate reforçou a urgência de repensar o papel da Petrobras na transição energética brasileira, em diálogo com justiça social e desenvolvimento econômico de longo prazo.
O estudo defende que a Petrobras precisa evoluir de uma companhia focada em exploração e exportação de petróleo para uma empresa de energia, com portfólio diversificado em fontes de baixo carbono. Isso inclui ampliar investimentos em biocombustíveis de segunda e terceira geração, diesel verde (HVO) e SAF.
A proposta parte de um diagnóstico: a demanda global por petróleo tende a atingir o pico por volta de 2030 e cair nas décadas seguintes, o que aumenta o risco de ativos encalhados e fragiliza uma estratégia baseada em expansão contínua da fronteira de exploração. Em vez disso, o relatório sugere que a Petrobras concentre seus esforços em áreas já exploradas, limite investimentos em novas fronteiras sensíveis – como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas – e direcione capital para tecnologias limpas e inovação.
Outro ponto central do estudo é a defesa do caráter público da Petrobras. A empresa é tratada como um ativo estratégico para a reindustrialização do país, capaz de impulsionar cadeias de valor ligadas a combustíveis sustentáveis, bioenergia e novas tecnologias, em vez de se concentrar apenas na exportação de óleo cru.
A Plataforma CIPÓ integra o grupo de organizações que assinam o relatório como autora institucional, ao lado de outras 29 entidades da sociedade civil, centros de pesquisa e organizações ambientais.




