Durante a COP30, realizada este ano em Belém (PA), a Plataforma CIPÓ, em parceria com outras 15 organizações da sociedade civil, lançou a carta “COP da implementação se faz com políticas justas de Ciência, Tecnologia e Inovação”. O documento apresenta três recomendações centrais com o objetivo de fortalecer políticas justas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) na governança climática, ambiental e internacional. A carta foi construída coletivamente a partir de uma série de eventos sobre CT&I, em iniciativa liderada pela CIPÓ, pela World Transforming Technologies (WTT) e pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS), além de contribuições da sociedade civil.
O documento destaca três eixos principais:
- A necessidade de estabelecer um marco normativo que integre e fortaleça os conhecimentos indígenas, tradicionais e locais, de forma coordenada entre as três Convenções do Rio, incluindo seus principais órgãos de política científica;
- A revisão dos instrumentos previstos no Mecanismo de Tecnologia da UNFCCC, com a reformulação dos modelos de transferência de tecnologia e a ampliação de iniciativas de co-produção e co-desenvolvimento, com maior protagonismo da Cooperação Sul-Sul;
- A criação de um mecanismo permanente e coordenado entre as três Convenções do Rio para garantir participação social digna e efetiva de povos indígenas, comunidades tradicionais e locais, e populações afrodescendentes nas COPs.
O lançamento da carta ocorreu durante reunião com Pedro Ivo, coordenador de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), no Global South Office — escritório da CIPÓ em parceria com o Climate Emergency Collaboration Group (CECG), localizado na Blue Zone da COP30. Estiveram presentes pesquisadores, especialistas, representantes de governos, juventudes, povos indígenas e comunidades tradicionais, que discutiram propostas para integrar tecnologia, saberes e justiça social ao centro da ação climática.




