O lançamento do Banco de Soluções Climáticas Subnacionais foi destaque no jornal Valor Econômico, em reportagem publicada nesta terça-feira (4), na editoria COP30 Amazônia. A iniciativa, fruto de uma parceria entre a Plataforma CIPÓ, o Instituto Clima e Sociedade (iCS) e o Centro Brasil no Clima (CBC), tem como objetivo dar visibilidade internacional às políticas locais brasileiras e fortalecer a cooperação entre governos estaduais e municipais na busca por soluções climáticas.
A plataforma reúne projetos e programas de todo o país, organizados por Estado, eixo temático e tipo de ação, e está estruturada em torno dos seis eixos da Agenda de Ação da COP30:
Energia, Indústria e Transporte; Florestas, Oceanos e Biodiversidade; Agricultura e Sistemas Alimentares; Cidades, Infraestrutura e Água; Desenvolvimento Humano e Social; e Catalisadores e Aceleradores.
“Sem os governos locais e estaduais, a transição climática simplesmente não acontece na prática. São protagonistas na implementação das políticas climáticas”, afirmou Mariana Rondon, diretora de programas da Plataforma CIPÓ.
Segundo Rondon, os governos subnacionais têm papel decisivo na implementação de políticas de mitigação e adaptação — respondendo por cerca de 70% das medidas de adaptação e mais de 50% das políticas de mitigação implementadas no mundo, conforme dados da OCDE e da ONU-Habitat.
“A troca de conhecimento se torna uma das ferramentas mais poderosas para enfrentar a crise. Ela permite reduzir custos, evitar erros já cometidos e ampliar a escala de soluções eficazes. É por meio dessa colaboração que podemos transformar compromissos em resultados concretos e impulsionar a implementação de ações climáticas em todos os níveis”, completou Rondon.
O diretor-executivo do Centro Brasil no Clima (CBC), Guilherme Syrkis, reforçou que o Banco busca inspirar e conectar ações locais bem-sucedidas:
“O intuito do Banco de Soluções é mostrar o que cada ente federado está fazendo, principalmente para que outros Estados e municípios possam se inspirar e replicar projetos bem-sucedidos”, explicou.
Syrkis destacou que um dos próximos desafios da agenda climática será traduzir as metas nacionais (NDCs) em compromissos regionais e estaduais.
“Acredito que a COP30 vai iniciar uma discussão forte para que existam as NDCs estaduais. É um processo complexo, mas extremamente necessário para que o Brasil avance na implementação efetiva de suas metas climáticas nacionais”.
Para Walter de Simoni, gerente de política climática e instituições do iCS, o desafio está em aproximar as metas nacionais das realidades locais:
“A questão é como a gente vai da NDC para o território. O ideal é que a próxima NDC seja construída também de baixo para cima”, afirmou.
De Simoni acrescentou que o Banco de Soluções complementa o Anuário Estadual de Mudanças Climáticas, lançado no início do ano, ao oferecer uma visão mais concreta das ações em curso:
“O banco ajuda a direcionar soluções, identificar onde é possível dar escala e investir mais, e também complementa a visão do anuário. A gente começa a ter uma clareza maior”.




